sábado, 2 de abril de 2011

A civilização que a banda RESTART não conhece.

No domingo, dia 03 de abril de 2011, o Jornal “A Crítica” trouxe uma reportagem em que intelectuais debatem o conceito de civilização amazônica. Polêmica gerada a partir da declaração do baterista Thomas D’Avilla, músico da banda Restart, quando afirmou seu desejo por fazer um show no Amazonas, sem saber que tipo de civilização existia nessa região.

Foi comentado pelos intelectuais entrevistados que a visão discriminatória da população da Amazônia vem desde a sua colonização, ao venderem a idéia de que os amazonenses são culturalmente inferiores e que é superior o que vem de fora. Visão esta, estereotipada, e ainda alimentada pela mídia. Um dos entrevistados afirma que o problema está em negar o que é seu, que os amazonenses precisam assumir mais a sua identidade regional.

Concordo com os entrevistados, até porque são profissionais qualificados: sociólogos, antropólogos, historiadores e comunicólogos. Porém acredito que essa negação está mudando, a autoestima dos jovens amazonenses está mudando, esses jovens estão reconhecendo não só a riqueza ambiental e a cultura indígena de sua região, mas também a tecnologia exportada para todo o Brasil. Vejo uma resposta não apenas aos participantes da Restart, como a todo povo brasileiro.

Fiquei surpresa quando soube que o show que aconteceria no dia primeiro de abril tinha sido cancelado pelo desinteresse dos jovens.

O Brasil é multicultural e todos os brasileiros, principalmente os famosos, devem buscar conhecer um pouco da cultura regional do lugar onde trabalharão. Para que mesmo, sem intenção, não se posicionem de forma preconceituosa em relação a um público que não conhecem e que são seus fãs.


Gostaria de parabenizar aos adolescentes amazonenses, especialmente aos meus filhos, que se indignaram com a ignorância dos jovens músicos e não se renderam ao apelo da mídia.



“Eu acredito é na rapaziada...

Que não tá na saudade e constrói

A manhã desejada...”

Música: E Vamos à Luta (Gonzaguinha)












JORNAL A CRÍTICA (MANAUS, DOMINGO. 3 DE ABRIL DE 2011
Amazônia >Imaginário excludente
Pag. A3
Por: ARISTIDE FURTADO





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